MAESTRO - Sujeito magro, porte
austero. Veste-se muito bem, adoraria usar roupas mais confortáveis, mas a
imagem não permite. Oculos é obrigatório. Careca (ou quase). Um cara
normalmente chato, aquele que só é convidado para o "choppinho de depois do
concerto" por obrigação. Olha a todos de cima, mas adoraria ser popular. Suas
piadas não têm graça nenhuma, mas todos riem. Em suma, é o idolo do violinista,
mas, no fundo no fundo, admira o trompetista.
Carro preto ou prateado do
ano
VIOLINISTA - Alto, sempre com um pinta de
importante. Adoraria ser maestro, mas acha uma posição muito inferior ao seu
talento. Considera-se o mais importante da orquestra e tudo que diz reforça
essa tese. Antes do ensaio, toca sempre partes do concerto de Brahms, para
impressionar os outros violinistas. Quando o maestro chama a atenção de outro
naipe, o violinista sempre dá um sorriso sarcástico, quase imperceptível. Sai
de cada ensaio com o orgulho de "dever cumprido" e vai para casa - um
apartamento minúsculo -, onde uma foto da mãe está acima do espelho gigante na
sala.
VIOLISTA - É o coitado da orquestra. Introvertido, olhar triste. O maestro nunca lhe chama a atenção: afinal a parte a viola não tem importância mesmo. Começou na música com sonhos ambiciosos de ser um violinista de sucesso, mas por falta de talento ou estudo trocou para a viola e, desde então, é um frustrado. Juntamente com o
pianista acompanhador, é um suicida em potencial, mas sem coragem para o ato.
Carrega sempre o estojo surrado com a viola e sempre responde com um sorriso
amarelo a pergunta "você toca violino?". Um segredo: todo violista tem um bom
coração, mas ninguém percebe.
VIOLONCELISTA - É um cara legal. Um amigo para
toda hora, mas muito fofoqueiro. Sabe da vida de todos da orquestra. Adora
tocar solos de violino nos harmonicos só para irritar os violinistas. Loiro, o
cellista é mais charmoso do que bonito. Acha-se um privilegiado por não ter que
levantar no final do concerto e é vaidoso.
CONTRABAIXISTA - Baixinho
e temperamental. Escolheu o contrabaixo para "impor respeito", mas o tiro saiu
pela culatra. Estuda somente nos ensaios, a não ser que tenha que tocar uma
peça barroca, onde é o único a tocar o baixo. Acha-se importante por sustentar
toda a orquestra, mas na verdade sabe que ninguém o ouve. Sempre com camisa
branca e cabelo curto. Toca baixo elétrico
secretamente.
PIANISTA ACOMPANHADOR - Olhar cabisbaixo,
terno preto e surrado. Cabelos castanhos e despenteados. Carrega sempre uma
pastinha com partituras. Odeia cantores, afinal "Não sabem contar". Autoestima
em baixa, é um suicida em potencial. Jura que nunca mais vai aceitar tocar "em
cima da hora", mas sempre aceita uma emergência. Vive com a esperança de que
alguém finalmente reconheça seu trabalho duro - o que nunca
acontece.
PIANISTA SOLISTA - Cabelo preto e curto.
Sempre ocupado porque precisa "estudar". Nunca vai a festas, e, quando aparece,
vem sozinho e sai mais cedo. Quando olhamos em seus olhos, nunca sabemos o que
está se passando pela sua cabeça. Tem um papo agradável, mas é um alienado em
relação a assuntos extra-musicais. Adora comparar gravações de outros
pianistas. Tem sempre uma ou duas cantoras apaixonadas por ele, mas está sempre
muito ocupado para relacionamentos. Admirado pelos violinistas, acha tocar
música de câmara uma perda de tempo.
ORGANISTA - Cabelos completamente
desalinhados, barba por fazer. Sempre correndo de um lado a outro carragando
dezenas de partiturasfora de ordem. Vive num mundo à parte. Óculos somente para
leitura. Roupas amassadas e surradas. Um desavisado diria que é um professor de
química ou um gênio incompreendido. Odeia pianistas. Solitário, mas fala pelos
cotovelos, quando o assunto é dedilhado ou afinação da Renascenca. "Deus é
Buxtehude, Bach já foi prostituído pelos
pianistas."
HARPISTA - Mulher, magra, e bem branca, com
cabelos desalinhados. Muito tímida, nunca é vista entrando ou saindo dos
ensaios, mas está sempre lá. Usa sempre vestidos compridos e meio "fora de
moda", mas tem um sorriso simpático. Seu carro tem vários adesivos com harpas
por todo lado. Adora chat rooms. Ninguém conhece seu namorado, mas ele está
sempre por perto para colocar a harpa no carro depois do
concerto.
OBOÍSTA - Todo oboísta queria ser maestro, mas a
timidez o impede. Sempre muito reservado, necessita ter tudo sob controle.
Perfeccionista por natureza. Dedos finos e cabelo sempre bem´alinhado. Fica
sempre meia hora depois do ensaio, limpando o instrumento. Vai à manicure, mas
é segredo! Seu momento de glória é dar o Lá para afinar a
orquestra.
FLAUTISTA - É o
violinista das madeiras, mas não tão metido. É perfeccionista, mas sabe que o
mundo não é perfeito. Adora Debussy e fica horas ouvindo suas proprias
gravações. Enxerido, dá palpite até no dedilhado do trompista. Vive num mundo à
parte e cuida da flauta como se fosse sua filha. É o único que não acha o som
do piccolo irritante.
CLARINETISTA - É um cara
engracado. Veste-se bem, mas não é vaidoso. Pode ser loiro ou moreno. Toca com
as sobrancelhas e é mais esperto do que inteligente. Adora ficar chupando a
palheta enquanto não toca, mas, se desafina, joga a palheta fora. Não agüenta
mais tocar o início da Rapsody in Blue para os outros músicos atrás do
palco.
FAGOTISTA - Magro, cabelo encaracolado.
É o típico sujeito normal. Curioso por natureza. Sempre simpático e atencioso.
Também é muito misterioso: nunca ninguém foi à casa de um fagotista. Somente os
outros sopros sabem o nome dele. Dedos longos e mãos finas. Lembra Sherlock
Holmes no jeito de andar.
TROMPETISTA - Adora sair para tomar cerveja
com os amigos. Chega sempre atrasado no ensaio, mas nunca ninguém percebe. Os
churrascos são sempre na sua casa. Se o maestro não está presente, fica sempre
tocando a nota mais aguda possível para se mostrar. Tem os lábios rachados e
usa isso para paquerar. Está sempre andando pelos bastidores
fazendo "prrrrrrrrrft" com seu bocal.
TROMPISTA - Um cara discreto. Não fala muito. Tem trauma de
falhar notas, por isso está sempre desmontando o instrumento para tirar
a "água" durante o concerto. A parte do palco em volta da sua cadeira está
sempre molhada. É sempre o último a afinar o instrumento antes do maestro
entrar e, de vez em quando, ainda toca um "Fazinho" durante os aplausos só para
conferir. Está sempre olhando para o fagotista para saber a hora certa de
entrar: afinal não consegue contar mais de 20 compassos em branco. Nunca
reclama quando lhe chamam a atenção, mas é quase certo que faz gestos obcenos
com a mão que está escondida no instrumento. Tem pesadelos antes de
apresentações com o concerto para piano nº1 de Tchaikowsky.
TROMBONISTA - Cabelo castanho e um pouco acima do peso.
Sempre com uma piada na ponta da língua, o trombonista adora churrasco e a
companhia de amigos. Adora Mahler, acha Beethoven meio devagar e morre de medo
do Bolero de Ravel. Tem pelo menos um cachorro em casa e sempre que pode coloca
um glissando só pra "dar um toque
especial".
TUBISTA - Sujeito acima do
peso, loiro e com cabelo encaracolado. Pele oleosa e bochechas vermelhas, sua
feito um porco quando toca. Ri de tudo, mas raramente entende uma piada.
SOPRANO - Gorda e
metida não são adjetivos educados para se caracterizar uma soprano. Elas são
avantajadas fisicamente e temperamentais. Têm que ser o centro das atenções -
no palco e fora do palco. São invejadas pelas contraltos e adoram isso. São
amantes excelentes, péssimas esposas. Se vestem com roupas chamativas, adoram
chapéus. Preferem champagne ao vinho e não sabem ler partitura: afinal aprendem
tudo com o "ouvido maravilhosos que Deus lhe deu". Andam sempre acompanhadas de
seu pianista-acompanhador preferido, que chamam de "maestro".
CONTRALTO - Morena e muito alta. Não é muito
bonita, mas se veste bem. Não gosta de sopranos, mas sua "melhor amiga" é uma.
Gosta muito de
flores e usa um perfume forte, mas agradável. Meio
desajeitada quando anda. Odeia saladas, mas está sempre cuidando do
peso.
TENOR - Bem apessoado, jovem, bonito, charmoso e gay. Anda
sempre com roupas modernas e na moda. Tem várias amigas e quer sempre "viver o
momento". Tenta sempre parecer alegre e de bem com a vida, mas, se está de mau
humor, faz questão de anunciar para todo mundo. Não toma sorvete, porque tem
que "preservar a voz", mas fala sempre alto para ser ouvido do outro lado do
bar. Malha regularmente, vai ao cabeleireiro e flerta com quem passar na
frente.
BAIXO - Alto, cabelo preto e parrudo. Ninguém
sabe o que está se passando na cabeça de um baixo - se é que alguma coisa
existe atrás daquele olhar perdido. Meio devagar, para falar a verdade. Quer
sempre ajudar o próximo, mesmo que isso atrapalhe sua vida pessoal. Suas meias
nunca combinam, mas adora fazer papel de "vilão bem vestido" nas óperas. Come
de boca aberta.
PERCUSSIONISTA - Magro com bracos longos, o
percurssionista se gaba de tocar "mais de 20 instrumentos diferentes" e "tirar
música de qualquer lugar", mas, por alguma razão incompreensível, sempre entra
na hora errada - "culpa da orquestra que está arrastando o tempo" ele diz. Toca
bateria numa banda de garagem escondido e acha o Bolero de Ravel um saco, mas
sempre fica nervoso antes de apresentá-lo. Nos ensaios é sempre o primeiro a ir
para casa e nos concertos sempre o último e ainda fica resmungando por ter
que "desmontar" o "equipamento". Um cara legal que acha qualquer sinfonia
clássica "cachê fácil" e jura que existe uma técnica especial de se tocar
triângulo.
segunda-feira, 22 de junho de 2009
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6 comentários:
Eu tb hei de pôr isto no blog, mas antes quero passar isto para português de Portugal (e se calhar fazer umas alteraçõezinhas)!
Boa sorte para amanhã! Bjs, Teresoca*
LOL
Está fantástico!...
XD
ahah, es claramente contralto. e eu tb... (tirando a parte do perfume)
"claudia, saia das cavernas"
ah, e sou bonita e a minha melhor amiga é contralto tb!
Vêem? A parte do bom coração? LOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOL
epah, até começa bem mas estraga logo td no fim da frase...
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